segunda-feira, setembro 22, 2008


O que mais me assusta no "como a vida funciona" é o sarcasmo divino. Ou pode ser também um problema intrínseco do ser humano se interessar por quem não presta, quem não está disponível ou ainda quem é uma pessoa perfeita mas tem um habito ou falha que a torna insuportável, porém inesquecível. Ou ainda aquele negócio de você ter dinheiro para esbanjar mas só conhece tranqueira e quando conhece alguém legal perde o emprego ou não tem mais tempo de aproveitar porra nenhuma pois trabalha 15 horas por dia e acha que o salário compensa a perda de mais de um terço da vida num cubículo minúsculo de escritório que você chama de "minha sala".

É como se deus fosse uma criança neurótica com uma lupa, olhando para um formigueiro e se divertindo horrores com as diferentes maneiras das formiguinhas entortarem sob os raios convergidos de calor. Não sei se com todo mundo, mas comigo acontece isso direto: se você tem a opção de escolher alguém como companhia, você escolhe a pessoa mais difícil, ou aquela que você não consegue bancar, ou ainda aquela que devia ser modelo e que vai te deixar paranóico toda vez que sai sozinha. E não é uma opção consciente. Mas a vontade fala mais alto e você investe tempo, dinheiro e paciência em algo que pode (and in most cases will) te machucar feio. Sair em balada solteiro e conhecer alguém tão interessante quanto, no meu caso uma Audrey Hepburn, é quase como acelerar o carro a 180km/h e torcer pra não aparecer um muro de concreto depois da curva pois você não terá reflexos suficientes para desviar.

É nessa hora que eu respiro fundo e torço pra que na minha idade, a porra tenha ABS de fábrica.