quarta-feira, outubro 10, 2007


Nós agora declaramos que as seguintes coisas são extremamente blergs e devem ser evitadas a todo e qualquer custo em ambientes de frequência pública, púbica ou pudica:

1) Jamais chame o próprio pinto de pinto. Pinto não é sexy. É brega pra caralho. Caralho, no caso, só em momentos show de bola. Bola, por sua vez, só entre os amigos num jogo de futebol. Ou pebolim. Pebolim é legal. Voltando ao assunto, nunca diga: "Chupa o meu pinto.". E não use pebolim em qualquer conotação sexual. Não importa o quanto pebolim seja legal.

2) Nunca use meias com papetes. É confortável, eu sei. Mas se mulher gostasse de pé rapado ela te beijaria descalço. E lembre-se disso. Mulher gosta de cara descalço. Não mendigo, mas também não a horrorosa situação do cara pelado de meias.

3) Não faça suas unhas. Cutícula bem feitinha e unhas delineadas são artifícios usados por homens que gostam da mesma coisa que a gente. Não, não é dinheiro, cretinos.

4) Não pergunte quantas vezes ela chegou lá. Isso mesmo que você está pensando. Afinal, se você não sabe, ela provavelmente não chegou lá e se chegou, não foi por sua causa.

5) Não deixe os pêlos do seu playground crescerem livremente, sem restrições. Apare-os sempre que eles ameaçarem a começar a cobrir um pouquinho a área principal. Revelarei um segredo que talvez alguns de vocês nao saibam ainda: aparar o fluf, dá a impressão que seu pebolim é maior. Calem-se! Eu posso chamar do que eu quiser.

6) Não diga "amor" e muito menos "mor" a la Chico Bento. Não é sexy, não é bonitinho e não é romântico. A não ser que você seja do interior de São Paulo. Aí é sexy e bonitinho. Caso contrário, só demonstra sua inteira falta de criatividade e vai causar uma contorção facial discreta na sua jovem amada, mas que quer dizer "blerg!!!!"

7) Não tente ser igual ao Colin Farrel, não vai funcionar com você.

8) Não tente chamar mais atenção que a mulher que está ao seu lado. Se ela gostasse disso, sairia com a Globeleza em época de Carnaval.

9) Seja macho e não negue seus atos. Peidou? Assuma! Mas não faça disso um hábito.

10) Talvez sua namorada goste de "brincar" com outras mulheres, talvez não. Se ela gostar, não a reprima por isso, aproveite. Se ela não gostar, termine com ela e procure uma que goste.

11) Você é musculoso? Legal, hein amigão. Agora tenha o mínimo de bom senso e não saia por aí desfilando de regata. A não ser que você esteja na praia. Ou seja carioca. Os cariocas podem. O importante é que nem toda mulher gosta de homem musculoso e você, muitas vezes, só faz papel de ridículo.

12) Não tente ser mais sexy do que você realmente é. A linha entre o sensual e o ridículo é muito tênue, portanto, deixe o olhar 43 para quem realmente sabe fazer bom uso dele.

13) Nunca cante música sertaneja achando que você vai conquistar uma mulher. A não ser que você esteja em Barretos. As mulheres que frequentam esse limbo gostam disso e merecem esse castigo por toda a eternidade. Mas se você costuma ir para Barretos, por favor, morra. A humanidade não merece ter que conviver com você. Aproveita e leva com você para o inferno todos os cantores que estiverem se apresentando por lá.

14) Seja metrossexual, mas não ao ponto de chegar em casa empolgado, dando saltinhos de alegria e querendo mostrar a camiseta liiiinda que você acabou de comprar na Cavalera. Isso é ultra gay.

15) Não vá buscar a sua namorada na faculdade, numa sexta a noite, de calça de moleton, havaianas e meias. Ela teve muito trabalho para inventar para as amigas o quanto o namoro dela é agitado e bacana e você vai jogar tudo isso por água abaixo, quando as amigas descobrirem que ela vai para a sua casa comer yakissoba e assistir Globo Repórter, até você começar a roncar no sofá. Na verdade, não use calça de moleton em público nunca. Mais uma vez: é confortável, eu sei. Mas só demonstra que você é preguiçoso o suficiente para não vestir uma calça jeans.

16) Não use ringtones no seu celular com uma voz de mulher dizendo "atende, gostosão", ou qualquer coisa do gênero. Exceto se você for corinthiano. Aí você até tem uma explicação plausível para ser cafona a esse nível.

17) Se você não for gay, não dance axé. Nem funk. Nada neste mundo broxa mais uma mulher do que um cara suado, rebolando com a bundinha empinada ao som de "toma, toma, toma". Quer dizer...calça de moleton e papete com meia talvez sejam.

Written By: Kátia Madalena

terça-feira, outubro 09, 2007

Eu preciso parar de beber. Sério. Mesmo que digam que minha personalidade desinibida e inconsequente seja fruto direto do álcool. O que vocês acham?

Eu digo isso pois parece que só consigo dizer o que eu digo e fazer aquelas coisas sem noção que eu faço quando eu estou retardado. Não sou alcoólatra, afinal, só bebo quando eu saio para a balada. E sempre saio sozinho, vocês sabem. Assim se eu porrar o carro por dirigir um Fiesta achando que é uma McLaren a culpa é minha. Brincadeira, eu dirigo direitinho. Juro. Mesmo quando a peolha reclama que eu não paro em farol vermelho. Mas voltando ao assunto, eu assumo que tenho um vício: beijo na boca. Acho que é a adrenalina da conquista, o frio na espinha quando você está a 2 centímetros de uma pessoa nova, o papo de horas antes, provocando reações numa orgia psicológica que entorpece seus sentidos e faz você sorrir sem querer. Por isso que o álcool ajuda. Não por tornar as pessoas mais bonitas, mas as tornam mais interessantes. E não pergunte por quê de repente eu estou tendo crises de lei-seca. Eu explico.

-Tem algo nos seus olhos que eu adoro. Que desperta em mim um certo tipo de felicidade que só existe em filme P&B.
-Mesmo? - disse ela sorrindo para mim, dobrando o rosto para o lado em falsa inocência. - O que você vê?
-O meu reflexo. - e abri um sorriso sarcástico.
-Haha, seu narcisista. Você acaba de me dar um motivo a mais para não te beijar.
-Eu sei, você vai fechar os olhos se fizer isso. Mas, você também pode me beijar de olhos abertos se quiser.
-Desculpa, mas eu não faço isso. Aliás eu tenho certeza que você também não faz. - ela me olhou daquele jeito maldito. O jeito que me faz esquecer que eu sou arrogante e orgulhoso. Aquele jeito quando uma mulher te olha e você escuta sua boca proferir que quer você, sem dizer uma palavra. Você e só você, mais ninguém naquele momento impecável. Aquele punhado de segundos que precedem um beijo histórico.
-Não tenha tanta certeza mulher, afinal só existe uma coisa melhor do que um bom beijo.
-O que? - ela perguntou baixinho, me olhando de baixo para cima, se aproximando da minha boca em bullet-time.
-Dois. - agarrei ela pela nuca e mordi de leve seu lábio inferior, soltando rapidamente e voltando lentamente com a língua por entre seus lábios. Meu coração disparou. Senti seu corpo coberto por um leve vestido decotado sorver o calor da minha pele. Da minha boca. Agarrei-a pela cintura com o braço esquerdo, envolvendo-a toda em mim. Ela tinha razão. Eu fechei os olhos.
-Você anda tomando muito uísque. - disse ela baixinho com um risinho sobressalente. - Seu beijo tem gosto de Red Label.
Eu ri junto com ela e lembrei da minha avó me dizendo que eu não deveria beber muito. Passei a mão no seu rosto e abri os olhos.

E lá estava ela nos meus braços, meiga e matriarcal olhando para mim em reprovação. Minha doce e querida avó. Afastei devagar e vocês devem imaginar a minha cara de empadinha. Quantos uísques eu tomei? Oh bom deus, por que não uma prima distante? Uma prima distante dava para encarar, mas a vó é foda...

-O que foi?! - perguntou vovó assustada. - Eu estava brincando.
-Nada. Eu acho que eu não estou legal, só isso. - fechei os olhos fortemente, implorando aos quatro ventos que vovó fosse transmutada de volta na morena de lábios Angelina Jolie que estava alí há pouco tempo.
-Que foi? Não me diga que vai dar a desculpa que está bêbado.
-Não! - disse eu abrindo os olhos novamente, tentando ser gentil. Vovó agora fazia cara de brava como quando eu fico semanas sem ir visitá-la.
-Não o que? Você não esta dizendo coisa com coisa. Se arrependeu, foi isso?
-Muito pelo contrário! Adorei! - e então a imagem do meu avô, ex-militar, fardado e com um porrete na mão veio me atingir no olho como um pai homofóbico que pega o filho brincando de urologista com o sobrinho mais novo do vizinho. - Oh céus... avô é foda.
-Avô o que?! Olha, se você vai fazer esse teatrinho ridículo como desculpa para sequer pedir meu telefone, eu vou embora.
-Eu tenho seu telefone, vó! Não! Calma! Ai caraleo...
-Hey! Como você é cretino! Eu não sou tão mais velha que você assim! Tá me chamando de acabada?
-Como se a culpa fosse minha e não do tempo!

Vovó não teve dúvidas. Jogou o copo cheio de sprite com licor de menta na minha cara, pronunciou palavras de baixo calão para uma mulher da sua idade e passou por mim em passos firmes. Eu respirei fundo e bati a cinza do cigarro contra o vento fazendo uma pequena brasa arrombar, irrefreável, minha camisa de seda vermelha e queimar meu umbigo. Olhei para dentro do copo inerte sobre a mesa e o resto de uísque solitário acenou para mim. Fui buscar um energético para fazer-nos companhia.

Written by: Vincent DeLorean