sexta-feira, abril 07, 2006


Acho que nunca tive um sonho tão realista quanto o que eu tive ontem. E não lembro do último sonho tão bom quanto este.

Eu tinha trinta anos. Ou quase isso. Tinha um emprego estável e uma rotina muito fácil de viver. Eu levantava de manhã e ia trabalhar, com meu carro, dirigindo sob o sol, ouvindo música e pensando no que eu faria depois do trabalho. Talvez assistir um filme no cinema. Onde eu ia almoçar? Eu podia escolher entre diversas opções de comida, dentre diversos lugares que as serviam. Todas elas com sabores diferentes e texturas diversas. No meu trabalho eu ficava na frente de um computador, controlando versões de arquivos e criando interfaces para sistemas de internet. Um trabalho trivialíssimo. Fácil. E ainda! Se eu errasse, podia começar de novo e consertar o erro. Quando o trabalho acabava eu tinha horas livres para fazer o que eu bem entendesse. Podia sair a noite e ir dançar, podia me entreter com jogos eletrônicos e contar segredos para um amigo ou então relaxar em casa assistindo tv. Eu vivia nessa rotina simples e confortável durante as minhas semanas. As contas que eu pagava no fim do mês eram sobre as coisas que eu usava, tais como telefone, cartão de crédito, aluguel e energia. Uma vida simples e deliciosamente idiota.

Quando acordei de repente, com o alarme tocando, quase chorei. Queria voltar para o sonho. Quis morrer por um instante, mas a rajada de adrenalina provocada pelo estridente som declarando um iminente ataque põe qualquer um de volta para a realidade. Tive de me conformar que não sou apenas humano e voltar a criar pontos gravitacionais psíquicos de defesa interplanetária para a coletividade. Suspirei. Ninguém pode viver num sonho afinal.

Um comentário:

Lady disse...
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